quarta-feira, 18 de julho de 2007

A hora do homem...



Pergunta: O senhor sabe se, depois desta vida, viverá sob alguma outra forma?
Resposta: Sem nenhuma forma. Eu viverei sem forma.
P: Eternamente?
R: Eternamente. Eu estou aqui desde a eternidade e estarei aqui eternamente.
P: O senhor manterá a consciência depois da morte?
R: Sim, porque a morte nada tem que ver com a consciência.
P: O senhor terá uma identidade depois da morte?
R: Não, nenhuma.

(...)

... A maneira como se morre é um reflexo de toda a vida, de como se viveu. Vendo apenas a sua morte, eu sou capaz de escrever toda a sua biografia - porque, nesse momento, toda a sua vida se condensa. Nesse momento único, como um raio luminoso, vocês exibem tudo o que há em vocês.
Uma pessoa avarenta morrerá com os punhos fechados - ainda segurando e agarrando, ainda tentando não morrer, ainda tentando não afrouxar. Uma pessoa amorosa morrerá com as mãos abertas, partilhando... partilhando até a própria morte, assim como partilhou a vida. Vocês podem ver tudo escrito no rosto - se aquele homem viveu ou não a sua vida de uma maneira plenamente alerta e consciente. Se foi dessa maneira, haverá em seu rosto um brilho de luz; ao redor de seu corpo haverá uma aura. Ao chegar perto dele, vocês sentirão o silêncio - não a tristeza, mas o silêncio. Pode até acontecer que vocês sintam uma repentina felicidade perto de uma pessoa que morreu em bem-aventurança.

(...para o meu avô, porque quando espreito pela janela tu já não estás lá...)

1 comentário:

Uma Mente Inquieta disse...

ele estará sempre lá, mesmo k tu não o vejas