segunda-feira, 3 de setembro de 2007

As Nossas Sombras


"Era uma vez um homem que se sentia tão perturbado ao ver a sua própria sombra e tão desagradado com os seus próprios passos que decidiu ver-se livre de ambos.
O método que encontrou foi fugir para longe deles e, então, levantou-se e começou a correr, mas cada vez que ele assentava um pé no chão e dava um passo, a sua sombra acompanhava-o sem a menor difilculdade.
O homem atribuiu o seu fracasso ao facto de talvez não estar a correr suficientemente depressa. Portanto, pôs-se a correr cada vez mais depressa, sem parar, até que finalmente caiu morto.
O que ele não conseguiu compreender foi que bastava entrar na sua sombra para que esta desaparecesse, e que se ele se sentasse e ficasse quieto, deixaria de dar passos."

O homem cria a sua própria confusão só porque está sempre a rejeitar-se a si próprio, a condenar-se a si próprio, a não se aceitar a si próprio. Cria-se assim um encandeamento de confusões, de caos interior e de infelicidade.

...Porque razão não se aceita tal como é? O que se passa? Toda a existência o aceita tal como é, mas você não.

Quais são as suas perturbações? Se for bem fundo, não encontra nada a não ser o som dos seus passos.

É um ser único e individual, imcomparável, que nunca foi antes, que nunca mais virá a ser. Porque não dizer sim à sombra? No momento que disser sim, esquecê-la-á e ela desaparecerá...Pelo menos da mente, embora possa permanecer com o corpo.

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